Resenha

Resenha: O castelo azul, de Lucy Maud Montgomery

Depois de sofrer por 29 anos nas mãos de sua família, Valancy Stirling vai escondida a um médico que sua família não aprova e descobre que está muito doente e tem pouco tempo de vida, por isso não pode se estressar.

“No momento em que uma mulher percebe que não tem nenhum motivo para viver – amor, dever, propósito ou esperança –, ela começa a acalentar a amargura da morte.”

“Ela aceitou os fatos com a mesma resignação de sempre. Era uma daquelas pessoas cuja vida apenas passava em branco. Não havia como alterar esse fato.”

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Ao ocultar essa notícia da família, ela se lembra de todos os detalhes de humilhações sofridas durante toda a vida. Piadinhas do tio, olhares indiscretos das tias, palavras duras da mãe, que não a desejava, a prima perfeitinha…

Valancy é uma solteirona, ninguém a deseja. E isso é motivo de fofocas familiares e comentários o tempo todo, pois naquela época era importante que a mulher se casasse logo, formasse família e fosse uma feliz dona de casa.

Toda a família Stirling é formada por pessoas más, mesquinhas e medíocres, que sentem prazer em humilhar uma pessoa que pensam ser mais fraca, que querem mudar seu jeito de ser para se encaixar naquilo que elas julgam a perfeição.

“Eu não tive nada além de uma existência indireta. (…) Todas as grandes emoções da vida não chegaram a mim. Eu nunca sofri um infortúnio. E será que realmente amei alguém?”

A notícia da doença faz com que Valancy se rebele e saia de casa. Cada vez que um parente vai falar com a moça para que ela volte para casa percebemos o que vale para eles. Dizem que a perdoam, que vão esquecer tudo etc. Mas quando ela saiu todos a tomaram por louca e não mediram palavras para colocá-la ainda mais para baixo.

“Venho tentando agradar os outros durante toda a minha vida e só fracassei. (…) Sendo assim, vou agradar a mim mesma. Nunca mais vou fingir nada.”

Acontece que Valancy agora tem motivos para enfim viver. Mesmo perto da morte.

“Eles subiram na canoa e remaram até lá. Eles deixaram para trás o reino do cotidiano e as coisas conhecidas e desembarcaram em um reino de mistério e encantamento onde tudo podia acontecer.”

O castelo azul (The blue castle, Editora Principis, 256 páginas, 2020) conta  uma história de amor, de amizade e, principalmente, de aceitação daquilo que se é. De descobrir seus próprios caminhos e não deixar que pessoas a diminuam.

O livro é tão bem escrito que senti as dores e tristezas de Valancy. Como sempre, Lucy Maud Montgomery (1874-1942) fala sobre a vida comum na ilha de Príncipe Edward, no Canadá. E escreve de uma forma tão palpável. Ela utiliza acontecimentos de sua vida para narrar suas histórias. É autora da série Anne de Green Gables, A Menina das Histórias e muitos outros livros delicados e divertidos.

A Editora Principis lançou, também, um kit especial com três romances lindos da Lucy Maud Montgomery: O castelo azul, Kilmeny do pomar e Jane de Lantern Hill. E você pode conferir clicando aqui.

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+ Outras leituras recomendadas:

Anne de Green Gables

A Menina das Histórias

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