Resenha

Resenha: O Diabo apaixonado, de Jacques Cazotte

Há a ideia de que Goethe teria lido Marlowe. Mas é curioso ler esta obra que foi lançada pouco antes de Goethe começar o seu Fausto. Pode ser coincidência, pois a história de um ser sobrenatural oferecendo ajuda a um jovem e depois voltando para tomar sua alma é antiga.

Há pouco tempo foi publicado no Brasil a tradução de História de Doutor Johann Fausto, uma compilação de causos do povo alemão feita por Johann Spies, no século XVI.

Muitos escritores já usaram essa história para contar as suas. É o caso de Thomas Mann e seu filho, Klaus. Também há outras inspirações, um exemplo é o clássico O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, onde Lorde Henry é Mefistófeles.

Em O Diabo apaixonado, de Jacques Cazotte (1719-1792), um homem se junta aos rapazes que gostam de beber e conversar, então percebe o silêncio de um deles diante de um tema desconhecido. Depois que todos se vão o homem fala com o rapaz sobre sua admiração por ter ficado quieto e diz perceber ele busca conhecimento.

Pois os dois se dão bem e o homem promete revelar um segredo: como conhecer e convencer espíritos a fazer o que lhes é mandado.

Pois o homem, junto com outros, leva o rapaz até um local escondido e escuro, lá traçam um círculo e pedem para que o jovem fique dentro dele. Então ele precisa repetir três vezes o nome Belzebu depois que eles estivessem fora dali.

O rapaz assim o faz e aparece um ser horrendo. Seguro, ele pede que o ser se apresente na forma de um cão.

Humor. Belzebu chega numa figura hedionda e o rapaz, dominando seu medo, pede que ele apareça a ele, seu mestre, na imagem de um cão. Então, claro, é atendido.

“Mestre — disse ele —, bem que eu queria lamber a ponta de vossos pés; mas o círculo terrível que está em torno de vós me repele.”

O local é transformado em algo maravilhoso pelo ser para que os homens voltem e possam comer.

E o ser passa de pajem que serve a comida à uma mulher encantadora que toca harpa para os convidados, que nada sabem das transformações.

É um livro pequeno, lançado pela José Olympio, tem 112 páginas, sendo que há também a história A aventura do peregrino.

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