Resenha: Servidão Humana, de William Somerset Maugham
Adoro os clássicos e ano passado terminei a leitura de mais um grande título: Servidão Humana, de William Somerset Maugham (1874-1965), e fui procurar um pouco mais sobre o autor.
A história é um tanto autobiográfica. Maugham passou diversas provações e provocações por conta de alguns problemas. Sua gagueira era algo que o afetava por demais.

Vemos em Servidão Humana Philip Carey passar por muitos desafios por conta de seu pé torto, que o fazia mancar. Esse é um Bildungsroman, ou seja, um romance de formação, em que acompanhamos desde o nascimento do personagem todo o seu desenvolvimento, sua evolução como pessoa.
Muitas vezes senti tudo o que Philip sentia. Mas também me revoltei por suas escolhas.
Ele se apaixona pela garçonete Mildred, uma mulher fria, arrogante que o humilha de todas as formas. Mas sempre precisa dele.
Philip é um rapaz tímido, que se esconde atrás de seu problema, não tem senso de humor e é triste.
Quando pequeno ficou órfão e foi morar no vicariato com os tios, que não tiveram filhos. A tia até tentava ser carinhosa, mas não tinha muito tato com a criança. O tio era frio, distante.
Algumas partes senti raiva pelos pensamentos de Philip. Ele se deixou endividar por querer cuidar da irresponsável e cruel Mildred e depois pediu que seu tio o ajudasse, como este declinasse, passou a desejar sua morte para receber sua herança e poder terminar a faculdade medicina.
É um romance tão intenso, tão triste. Acompanhar a vida toda de um personagem, perceber com ele sua insignificância, mas, ao mesmo tempo, descobrir que há pessoas que gostam dele. E ele acha estranho quando querem ajudá-lo, por que motivo alguém se compraz de sua dor? Depois de tanto tempo sofrendo, se diminuindo e sendo diminuído, ele não espera nada de ninguém.
.
A frase de Maugham resume bem esse romance.
“É cruel descobrir sua mediocridade quando já é tarde demais.” Algumas frases se encaixam em nossas vidas. De forma irônica.
___
Comprando através dos nossos links você ajuda a manter o Beco do Nunca, pois ganhamos uma pequena comissão.
___
Contatos: